quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Planejamento de Voo - Abastecimento de Aeronaves

Foto: Robert Beaver

Antes de abordar o tema, vamos consultar a ICA 100-12

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“3.4.2 PLANEJAMENTO DO VOO

3.4.2.1 Antes de iniciar um voo, o piloto em comando de uma aeronave deve ter ciência de todas as informações necessárias ao planejamento do voo.
3.4.2.2 As informações necessárias ao voo citadas em 3.4.2.1 deverão incluir, pelo menos, uma avaliação criteriosa dos seguintes aspectos:
a) condições meteorológicas (informes e previsões meteorológicas atualizadas) dos aeródromos envolvidos e da rota a ser voada;
b) cálculo de combustível previsto para o voo;
c) planejamento alternativo para o caso de não ser possível completar o voo;”.

“3.5 AUTORIDADE DO PILOTO EM COMANDO

O piloto em comando de uma aeronave terá autoridade decisória EM TUDO o que com ela se relacionar enquanto estiver em comando”.
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Ah esse “EM TUDO”, ah esse “EM TUDO”!

Parece legal e bonito o piloto em comando ser a maior autoridade a bordo de uma aeronave, afinal o piloto estudou livros e mais livros; investiu uma quantia considerável de dinheiro e sem saber se terá retorno; alguns fizeram mil orações pra serem iluminados nas bancas da ANAC, pra conseguirem um empréstimo e financiar os cursos ou uma vaga de piloto num mercado tão concorrido; outros iniciam a jornada e abandonam no meio do caminho; outros mais finalizam os cursos e não conseguem emprego; uma grande maioria continua sonhando com a profissão sem saber quando terão possibilidades de realizar o seu sonho; e alguns invejam o sucesso dos que conquistam o pódio, o tão sonhado assento frontal do lado direito em um helicóptero (mas o do lado esquerdo também serve). Resumindo: o piloto em comando lutou muito pra alcançar este posto de confiança e quando conquista, se sente abençoado e uns até se sentem o Superman! Até a batata começar a assar e ele não puder passá-la adiante! rsrsrs ... ou você esqueceu a regra: “O piloto em comando de uma aeronave terá autoridade decisória em tudo o que com ela se relacionar enquanto estiver em comando” ?

Bom, todo piloto, quer seja aluno ou profissional, mais cedo ou mais tarde terá que lidar com certas responsabilidades em seu planejamento de voo, que não permitirá margem de erro e nem a possibilidade de responsabilizar outros por uma eventual falha. Um aluno até pode responsabilizar, em partes, a sua escola de aviação por um erro no planejamento de voo em que o seu instrutor de voo não conseguiu prever ou contornar, mas quando o aluno formar ele estará voando por si, com suas próprias asas (rotores, asas, derivas, ailerons e etc). E aí a história muda!

Infelizmente, o “Planejamento” ainda se destaca como um dos principais fatores contribuintes nos acidentes aeronáuticos, conforme podemos ver no gráfico abaixo:

Informativo SERIPA I (08/2013)

Vejam que interessante, o “Julgamento” está logo acima, isso comprova que um mal planejamento de voo vai influenciar e muito na tomada de decisão do piloto, principalmente em situações críticas como uma baixa autonomia de voo em uma região desprovida de abastecimento ou em áreas impróprias para realizar um pouso forçado com segurança.

Então eu gostaria de abordar uma parte do planejamento de voo, que vai além dos cálculos da autonomia de voo. Afinal onde posso abastecer minha aeronave? Será que o aeródromo de DEST (destino) e o ALTN (alternativa) possuem serviço de abastecimento? Se sim, qual o horário de funcionamento e qual tipo de combustível é fornecido? Se não, será que minha autonomia permite regressar ao aeródromo de partida, já inclusos combustível reserva? Onde posso abastecer ao longo da rota planejada? Qual o telefone de contato das empresas que fornecem combustível nos aeródromos? Etc.

Perguntas temos o bastante, agora vamos as respostas.

O ROTAER é um documento oficial elaborado pelo DECEA e uma das principais ferramentas de consulta em um planejamento de voo. Dentro do ROTAER, como exemplo, podemos consultar: 


  • na sigla CMB, o tipo de combustível fornecido no local (PF = AVGAS e TF = QAV, JET),
  • na sigla RMK, o telefone da empresa que presta o serviço de abastecimento (porém nem sempre consta essa informação),
  • pelo telefone do DAESP presente no aeródromo,
  • pelo telefone da Sala AIS, se constar no aeródromo.

Ps: o significado das siglas, podem ser consultados no início do ROTAER, com o significado de cada abreviatura e instruções de como interpretá-las.

Mas existem outras ferramentas para consulta de serviços de abastecimento nos aeródromos domésticos, tais como:

  • os sites das empresas (Air BP, BR, Shell, etc) que prestam serviço de abastecimento nos principais aeródromos.
  • a administração do aeródromo (vide Google ou site da INFRAERO onde se faz presente),


e Google Docs (informa até o preço atualizado pelos usuários)


Após a consulta dos postos de abastecimentos informados no ROTAER, sites ou planilhas é sempre bom ligar e conferir se o serviço ainda continua sendo disponibilizado ou se não encontra-se temporariamente indisponível. Prevenir-se fazendo uma simples ligação de conferência, pode livrá-lo de um grande problema: não conseguir decolar sua aeronave por falta de combustível!

Finalizo com o ditado: “Só quem voa entende por que os pássaros cantam”, sim, mas eles também pousam! E assim fica algumas dicas de consulta e de conscientização em relação às responsabilidades do piloto em comando com o seu planejamento de voo. Aproveite e colabore com a sua dica, para juntos, polirmos uma aviação mais segura e eficiente.

Um abraço,

Cmte. Resende

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

R44 - Nova Zelândia comprova a publicação sobre os helicópteros R44 devido à rachadura da pá

Repost traduzido da Vertical Magazine, de 20/02/2015 às 19:54:52 por Elan Head


Uma rachadura como esta na pá, que foi assunto da Nota de Aeronavegabilidade Permanente, da CAA em 26/Jan, pode ter levado a um acidente fatal no dia 19/Fev. Foto: CAA

A CAA (Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia) emitiu uma Nota Emergencial de Aeronavegabilidade para os helicópteros Robinson R44, logo após o acidente fatal de 19/Fev.

Stephen Anthony Nicholson Combe, 42, e James Louis Patterson Gardner, 18, da companhia de helicóptero Over The Top, de Queenstown, faleceram quando o R44 em que estavam voando caiu em um local remoto da bacia de Locky River.

De acordo com a CAA, a examinação da cena sugere que a aeronave pode ter sofrido uma falha na pá do rotor principal durante o voo, similar ao reportado pela nota 62-003 de aeronavegabilidade permanente, da CAA. Publicada em 26/Jan/2015, essa nota (que pode ser encontrada aqui) descreve uma rachadura significativa na série C016-7 da pá do rotor principal do Robinson R44 que causou uma vibração grave no rotor principal e um pouso forçado. 

A Nota de Aeronavegabilidade, validada em 21/Fev, proíbe voos em todos os Robinsons R44 equipados com as pás C016-7. Aeronaves em locais remotos podem completar mais um voo para um estabelecimento adequado mais próximo, desde que estejam sujeitas a uma inspeção visual detalhada no revestimento da pá, na região do bordo de fuga.

A nova pá C016-7 ou "traço 7" foram destinadas a resolver problemas com a série das pás C016-2 e C016-5, que foram sujeitas a problemas de descolagem. A nota de aeronavegabilidade da CAA surgiu pouco tempo depois da AFA (Administração Federal de Aviação) dos Estados Unidos ter emitido um anúncio que impõe um prazo de validade nas pás C016-2 e C016-5, exigindo sua substituição pelas pás C016-7 (traço 7).

Fonte: Vertical Magazine


Últimas Notícias:

A Robinson Helicopters, ciente da ocorrência emitiu, no dia 23/02/15, um Safety Alert para as pás, da série C016-7, do R44.



Agradecimentos: ao amigo Cmte.Oliva, por esta última informação do Safety Alert!